BebeDouro

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Quinta dos Canais, vindima 2009

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Patriotismo...ou não
SENDO NÓS, “nobre povo da nação valente e imortal”, detentor de umas das bebidas fortificadas mais famosas do mundo, presente em mais de 100 países e proveniente da região demarcada mais antiga (pelo menos segundo os registos), por que é que continuamos a preteri-la relativamente a todo um conjunto de bebidas, maioritariamente importadas, que, em muitos casos, são de qualidade duvidosa? Sendo uma bebida tão apreciada em países como a França, Bélgica, Holanda, Reino Unidoe EUA, entre outros países, o vinho do Porto é pouco respeitado dentro de portas. Raramente se pede um “Porto” quando se quer beber alguma bebida, ou se oferece quando temos visitas em casa. Porquê? Porque o vinho do Porto continua a sofrer do estigma de estar associado a uma geração mais velha; esta induz que só deve ser consumido por aqueles que já têm uma certa idade; e, não esqueçamos, também porque só é adquirido em épocas de festa, nomeadamente no Natal. As mais diversas marcas produtoras de vinho do Porto têm recebido os melhores prémio nos concursos nacionais e internacionais da especialidade e as maiores revistas do sector têm feito capa com esta nossa bebida. Então por que é que as vendas não aumentam? Penso que as principais razões têm muito provavelmente a ver com a falta de promoção do nosso próprio país, mas também com o facto de o vinho do Porto – por mais novas gerações que apareçam – estar desde sempre associado a uma geração mais velha e com hábitos diferentes de consumo. Porém, parte da iniciativa de cada um de nós ajudar a impulsionar o seu consumo, seja em casa, a sós ou com um grupo de amigos. Ou então na rua, quando saíamos – em vez de se pedir outra qualquer bebida, que se peça um cálice de vinho do Porto. Quem nunca apreciou um Vintage de 1963 (Nacional) da Quinta do Noval ou um Vintage de 1994 da Taylor’s ou da Fonseca, por exemplo, não tem noção do prazer proporcionado por um copo de vinho do Porto num momento de descontracção ou de lazer. Estou a referir-me, contudo, a verdadeiros ícones deste tipo de vinho, mas a verd e é que podemos encontrar outras excelentes possibilidades a preços bem mais convidativos – e há bons vinhos do Porto que até são mais baratos do que as bebidas mais convencionais. Nos tempos mais recentes, temos encontrado uma forma muito interessante (embora nem todos sejam apologistas da ideia) de beber vinho do Porto, substituindo-se o convencional gin pelo “Porto Tónico”. Será que é desta que o vinho do Porto branco ganha adeptos de uma vez por todas? Espero que, da próxima vez em que nos encontrarmos, as notícias para o sector do vinho do Porto sejam bem mais agradáveis do que aquelas que têm vindo a lume nos últimos tempos.

Texto de Rui Lourenço Pereira, que todos nós deviamos ler...e sentir

Quinta dos Canais


Anualmente, em Setembro, o Douro celebra o ritual das colheitas ou Vindimas.
Visitar o Douro nas vindimas é conhecer por dentro a alma do povo duriense. Nesta época do ano o Douro fervilha de actividade e no ar sente-se o aroma da uva, como que reclamando participar num dos melhores vinhos de mesa do mundo - o vinho do Douro - e no inigualável e dos mais apreciados néctares mundiais - o Vinho do Porto.
Este ano fui fazer o meu estagio de vindima numa imponente quinta, a Quinta dos Canais.
É uma quinta tradicional, em socalcos, no Douro Superior, a norte do Rio Douro. Foi comprada em 1989 pela Beam Global Spirits & Wine, empresa detentora das marcas “Jean Beam”, “Courviosier”, “Canadian Club”, “Cockburn’s”, “CR&F”, onde era considerada a sua “jóia da coroa”, que por sua vez em 2006, vendeu todo o seu património à Symington.
Tem cerca de 350 ha, onde as plantações devido à excelente orientação, beneficia de longas horas de luz solar. O que lhe vale a classificação máxima atribuída pelo IVDP (letra A). Originalmente eram cinco quintas separadas, combinando-se numa só.
O seu nome surgiu da fonte de água abundante, que percorre montes abaixo em cascata.
As plantações estão no final da sua reestruturação, onde foram plantados blocos varietais, prática pioneira na região a quando do seu inicio. Para além disso sempre houve uma preocupação ambiental, o que fez com que a Quinta fosse a primeira do mundo a ser coroada com um certificado de qualidade ISO 9002.
Quinta dos Canais Vintage foi declarado pela primeira vez em 1927 e constantemente nos últimos anos: 1990, 1992, 1995, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Patriotismo...ou não

SENDO NÓS, “nobre povo da nação valente e imortal”, detentor de umas das bebidas fortificadas mais famosas do mundo, presente em mais de 100 países e proveniente da região demarcada mais antiga (pelo menos segundo os registos), por que é que continuamos a preteri-la relativamente a todo um conjunto de bebidas, maioritariamente importadas, que, em muitos casos, são de qualidade duvidosa? Sendo uma bebida tão apreciada em países como a França, Bélgica, Holanda, Reino Unidoe EUA, entre outros países, o vinho do Porto é pouco respeitado dentro de portas. Raramente se pede um “Porto” quando se quer beber alguma bebida, ou se oferece quando temos visitas em casa. Porquê? Porque o vinho do Porto continua a sofrer do estigma de estar associado a uma geração mais velha; esta induz que só deve ser consumido por aqueles que já têm uma certa idade; e, não esqueçamos, também porque só é adquirido em épocas de festa, nomeadamente no Natal. As mais diversas marcas produtoras de vinho do Porto têm recebido os melhores prémio nos concursos nacionais e internacionais da especialidade e as maiores revistas do sector têm feito capa com esta nossa bebida. Então por que é que as vendas não aumentam? Penso que as principais razões têm muito provavelmente a ver com a falta de promoção do nosso próprio país, mas também com o facto de o vinho do Porto – por mais novas gerações que apareçam – estar desde sempre associado a uma geração mais velha e com hábitos diferentes de consumo. Porém, parte da iniciativa de cada um de nós ajudar a impulsionar o seu consumo, seja em casa, a sós ou com um grupo de amigos. Ou então na rua, quando saíamos – em vez de se pedir outra qualquer bebida, que se peça um cálice de vinho do Porto. Quem nunca apreciou um Vintage de 1963 (Nacional) da Quinta do Noval ou um Vintage de 1994 da Taylor’s ou da Fonseca, por exemplo, não tem noção do prazer proporcionado por um copo de vinho do Porto num momento de descontracção ou de lazer. Estou a referir-me, contudo, a verdadeiros ícones deste tipo de vinho, mas a verd e é que podemos encontrar outras excelentes possibilidades a preços bem mais convidativos – e há bons vinhos do Porto que até são mais baratos do que as bebidas mais convencionais. Nos tempos mais recentes, temos encontrado uma forma muito interessante (embora nem todos sejam apologistas da ideia) de beber vinho do Porto, substituindo-se o convencional gin pelo “Porto Tónico”. Será que é desta que o vinho do Porto branco ganha adeptos de uma vez por todas? Espero que, da próxima vez em que nos encontrarmos, as notícias para o sector do vinho do Porto sejam bem mais agradáveis do que aquelas que têm vindo a lume nos últimos tempos.

Texto de Rui Lourenço Pereira, que todos nós deviamos ler...e sentir